A relação do Turismo Militar com o desenvolvimento sustentável do território Associação de Turismo Militar Português - ATMPT

A relação do Turismo Militar com o desenvolvimento sustentável do território

À conversa com o Presidente da Direção da Rota Histórica das Linhas de Torres

Entre o Atlântico e o Tejo, erguia-se o maior e mais eficaz sistema militar defensivo da Europa, projetado pelo Duque de Wellington durante a Guerra Peninsular, com a fortificação de pontos altos estratégicos para reforçar os obstáculos naturais do terreno. As Linhas de Torres Vedras foram erguidas a norte de Lisboa, entre 1809 e 1810, para controlar o acesso à capital e contam com 152 estruturas militares.

O Presidente da Rota Histórica das Linhas de Torres (RHLT), José Alberto Quintino (Figura 1) esteve à conversa com a Associação de Turismo Militar Português e falou-nos do projeto da Rota Histórica, que abrange seis municípios, Arruda dos Vinhos, Loures, Mafra, Sobral de Monte Agraço, Torres Vedras e Vila Franca de Xira, e cujo principal objetivo assenta na valorização patrimonial e promoção turística das Linhas de Torres.

Enquanto missão, a RHLT pretende “(…) contribuir para o desenvolvimento sustentado do território através da salvaguarda, conservação e valorização do património militar das Linhas de Torres e dos testemunhos das Invasões Francesas, bem como da sua promoção enquanto produto turístico e cultural”, refere o Senhor Presidente.

A RHLT proporciona aos visitantes uma vasta oferta de experiências, atividades e eventos dentro do Turismo Militar. O visitante pode explorar cada um dos municípios que integram a RHLT e desfrutar da oferta de atividades de serviço educativo, ao longo de todo o ano e dirigidas a vários públicos, como é o caso do Centro de Interpretação das Linhas de Torres (CILT), em Sobral de Monte Agraço. O CILT conta com vários programas, designadamente o Explor(A)lqueidão, no Forte do Alqueidão (Figura 2), entre os meses de maio e outubro, que conta com um conjunto de atividades, de “(…) ciência, astronomia, pedestres, workshop de plantas comestíveis e medicinais, fotografia, cozinha saudável, entre tantas outras (…)”, onde o visitante é desafiado “(…) a explorar um sítio militar sob novas perspetivas“, anuncia José Alberto Quintino. A RHLT organiza eventos e atividades, como o Dia Nacional das Linhas de Torres (Figura 3), o Mercado Oitocentista (Arruda dos Vinhos – Figura 4) ou o Festival Novas Invasões (Torres Vedras – Figura 5), a Marcha dos Fortes (Clube de Atividades ao Ar Livre – Figura 6), Passeios com História (Vila Franca de Xira) e, ainda, a visita noturna animada "Vem descobrir os fantasmas no Forte do Zambujal" (Mafra). A RHLT coloca à disposição dos visitantes, seis percursos de visita às Linhas de Torres, o Percurso TORRES VEDRAS NA PRIMEIRA LINHA, o Percurso WELLINGTON, o Percurso A DEFESA DO TEJO, o Percurso GRANDES DESFILADEIROS, o Percurso O NÓ DAS LINHAS e o Percurso DO PALÁCIO AO ATLÂNTICO. É importante destacar outras atividades de experimentação disponíveis no território durante todo o ano, como é o caso de diversos restaurantes com menus oitocentistas, visitas às adegas com prova de vinhos ou atividades desportivas como caminhadas, surf, golfe ou equitação.

José Alberto Quintino considera “(…) que as Linhas de Torres têm por base uma lógica de proximidade espacial e/ou temática e de coesão territorial”, e afirma, ainda, que “Não temos dúvidas que as Linhas de Torres contribuem para a valorização da oferta da região e para a requalificação do património monumental com a requalificação de fortificações militares assim como de diversos circuitos que possibilitam ao turista conhecer melhor a região”. O Presidente da RHLT destaca a importância de parcerias, quer com os municípios envolvidos neste projeto, quer com os agentes económicos locais e regionais, ao nível da restauração e hotelaria. “A participação em projetos nacionais e internacionais constituem oportunidades para a valorização do património militar, para o desenvolvimento turístico da região e para a visibilidade deste produto em Portugal e na Europa. Uma rota com esta natureza diferenciadora pode ser um atrativo para o turismo cultural, militar e das emoções”, enfatiza José Alberto Quintino.

Um dos pontos interessantes com a criação da RHLT é a procura por parte dos visitantes no contexto do Turismo Militar. “A região é diversificada e muitos visitantes que vinham pelas praias ou por outros atrativos passaram, agora a vir também por um património militar único na Europa. Conciliam a visita aos Fortes com caminhadas e outras atividades ao ar livre e, frequentemente, procuram experiências gastronómicas e vinícolas”, afirma o Presidente da RHLT.

Em março de 2019, as Linhas de Torres Vedras foram classificadas como Monumento Nacional, um grande passo na salvaguarda deste vasto património. Os municípios que integram a Rota, partilham de um manual de boas práticas, de limpeza/manutenção da área vegetal e conservação/musealização das estruturas, para que haja uma coerência nas intervenções e respeito pela integridade do local. O objetivo é “Manter os sítios visitáveis e de usufruto num equilíbrio que não comprometa o seu equilíbrio, uma vez que se trata de estruturas bastante frágeis (assim como), combater a erosão e o vandalismo/roubo (…)”, refere o Presidente.

José Alberto Quintino conclui que “O futuro da RHLT, até pela natureza do seu património, está intimamente ligada ao desenvolvimento do Turismo Militar em Portugal, esperando ser um agente cooperante e ativo.”

A ATMPT desafia-o a explorar a Rota Histórica das Linhas de Torres e conhecer cada um destes locais.
Faça parte da História de Portugal!

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